Após tanto ler artigos, escutar comentários, permanecer calada pelo impacto causado pela decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que derrubou a obrigatoriedade do diploma para exercer a profissão de jornalista, resolvi enfim, gritar o mais silencioso possível, meu orgulho pelo futuro diploma que terei em mãos ao fim da graduação.
Fico contente em saber que ao menos o ministro Marco Aurélio Melo tem consciência de que não se trata apenas de liberdade de expressão (até porque podemos através dos próprios blogues, notar que hoje não existe veto para pessoas físicas ou jurídicas se expressarem), mas de ética profissional, técnicas profissionais, conceitos históricos, desempenho e visão ampla que se adquirem não apenas no decorrer da vida, mas dentro das faculdades, afinal, são centros de estudos e pesquisas nos quais existem pessoas capacitadas a orientar e esclarecer todas e quaisquer dúvidas.
Aos ministros Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Eros Grau, Carlos Ayres Britto, Cezar Peluzo, Ellen Gracie e Celso de Mello que votaram pelo fim da exigência do certificado, meus pêsames, pois agora terão mais pessoas para os vigiar, para os indagar e mesmo que as respostar seja “não”, poderão escrever e expor o que quiserem, tudo faz parte do direito de expressão!(Será que essa decisão é medo que seja exercido ao pé da letra o tal conceito de “Quarto Poder”?!)
Bom, eu reconheço que esse assunto é polêmico e gera muita preocupação aos estudantes, que pagam por um diploma que não valerá nada, sem falar na incansável luta por seu espaço no mercado de trabalho que agora fica mais difícil, já que todo mundo pode ser jornalista.
É aí, que entra meu orgulho, sei que dentre todas essas pessoas, não sou apenas mais uma que gosta de escrever ou que acha que sabe, eu estudo para isso, serei uma completa jornalista, e quando tiver meu diploma, serei uma jornalista graduada, uma jornalista de verdade, não serei uma ministra, não desfrutarei do cargo da presidência, nem serei cozinheira, entre tantas outras profissões reconhecidas e que não geram riscos a ninguém, não é?!
Não culpo os jornalistas em exercício que não possuem diplomas, são bons no que fazem, até porque estamos em outros tempos, e os meios não justificam os fins, mas já possuímos muita gente que ocupa cargos reconhecidos (especificadamente na política, como nosso queridíssimo presidente Lula não tem estudos, o que explica tantas bobagens ditas por ele), não precisamos de mais ninguém, para bagunçar mais o país, caso contrário, nada mais que justo que nossa bandeira seja modificada, quem sabe para DESORDEM e RETROCESSO.
De qualquer forma algumas dúvidas ficam em minha cabeça. Será que muitas pessoas morreriam se esse veto valesse aos doutores? Existiria muitas vinganças se todos pudessem advogar? Outra coisa, um analfabeto pode mesmo ser tão bom jornalista, a ponto de escrever um livro sobre técnica profissional? É melhor deixar pra lá!Tenho orgulho pelo meu futuro diploma, porque então saberei que ainda há esperanças de que a ignorância ainda tenha limites.
Nayara Carolini de Oliveira
Comunicar e ouvir - Liz Bittar
Há 15 anos